sexta-feira, 8 de março de 2019

Crianças Perdidas

Como vou ficar sem internet amanha grande parte do dia, vou postar a 3° parte da história agora.
Espero q meus pads gostem, e que as internets estejam com vcs.

"Sinto a magia vibrar nos meus músculos, eu usei demais e agora ela cobra o seu preço, o frenesi mágico se expande, perco o controle de minhas ações por segundos, o suficiente para me levantar em velocidade acelerada e arrancar a garota de dentro do carro pela janela, minha mão esquerda se fecha em torno de seu pulso, vejo o espanto em seus olhos, ela ja devia saber que não é porque ela salvou minha vida que vai ganhar minha confiança, encaro de perto seu rosto cheio de piercings e seu cabelo arroxeado, procuro por um anel em sua mão e não o acho, agora sei que é apenas uma praticante amadora.
-Quem é você?- Pergunto em um som que lembra mais um urro do que uma voz humana, minha mão se fechando mais ainda envolta de seu pulso quase ao ponto de quebra-lo, a energia vital enche meu corpo posso sentir cada ferimento que ela ja teve até agora.
-Sa-sacha, meu nome é Sacha, e eu juro que se você não me soltar eu vou te encher de porrada.- Ela exita no começo mas depois se enche de coragem pra me encarar, me desafiar, isso me enche de raiva mas me faz gostar um pouco dela, estranho, não costumo gostar de estranhos.
-Você tem coragem, em aparecer aqui na minha frente sendo uma praticante amadora e me enfrentando assim.- A onda vibrante da magia vai passando, minha voz se torna mais humana e eu solto ela.-Eu estou atrasado e preciso de um carro, você tem um e pela lei do clã eu devo levar você comigo, você pode vir comigo por bem ou por mal.- Me afasto dela, me concentrando para meu corpo voltar ao normal, depois deixo a minha magia vital se transformar em material, se espalhando pelas minhas roupas e as concertando aonde foram rasgadas.
-Eu não tenho que fazer o que você manda, lembre-se que eu que transformei aqueles vampiros em poeira, eu posso fazer o mesmo com você.- Ela se acalma um pouco mas mantém o tom desafiador, eu sorrio sem notar, ela me lembra o passado, sinto uma nostalgia perto dela.
-Sim você transformou eles em cinza, mas saber usar um artefato não te transforma imediatamente em uma maga capaz de bater em um membro do 3° circulo do clã.- Sinto ela estacar quando imponho o meu posto, odeio ter que fazer isso, não, na verdade eu só falo que eu odeio pois isso me da um ar de humildade.
-Tudo bem eu te dou uma carona até aonde você tem que ir, mais tem que prometer me proteger perante o conselho de execução, afinal eu salvei sua vida, você me deve uma.- A garota tem certa razão, eu meio que devo uma pra ela, então apenas levantando meu dedão em sinal de positivo eu dou a volta no carro e entro no banco do carona, explico o caminho pra ela e viajo totalmente calado, ela acha que eu estou meditando ou algo do tipo, mas na verdade estou me concentrando em roubar na rolagem de dados do universo, faço minha energia mágica alcançar as linhas da sorte, a garota sorri ao meu lado quando nota que nós estamos pegando apenas sinais verdes em direção ao local, ela da um tapinha no meu ombro e murmura algo do tipo "você tem que me ensinar essa", será que ela acha que eu vou ser algum tipo de tutor pra ela? Impossível eu desisti de ensinar muitos ja se machucaram por causa disso.
Ela estaciona o carro a duas quadras da porta 9 e caminha ao meu lado, ela tagarela algo sobre como ela odeia caminhar, eu não me importo muito com as palavras dela.
Ao se aproximar da porta eu paro rapidamente no caminho, ela esbarra nas minhas costas mas eu nem ligo pra isso, a 50 metros de mim eu vejo uma cena que gela meu sangue e arrepia os cabelos da minha nuca, uma montanha de carne se levanta sobre duas pessoas caidas em frente a uma porta, magia de vida vibra em seu corpo, mas não é própria, ele foi afetado construído por algum outro mago, uma aberração de carne, alguem que um dia ja foi normal mas agora era apenas uma gigantesca criatura transformada pelas pervertidas magias de algum mago sem escrúpulos e acorrentada a vontade dele por alguns feitiços mentais, eu como um praticante e apreciador das energias vitais sentia pena dessas aberrações.
Ela corre em minha direção, ao sair da sombra noto seu rosto infantil e arredondado, claro as crianças são os alvos mais fáceis, mentes mais fracas, corpos moles e fáceis de moldar, sinto uma raiva de quem fez isso. Sacha solta um grito esganiçado ao ver a criatura e sinto que ela trava de medo atrás de mim, ajo rápido lanço Sacha para trás e a protejo com uma barreira mágica simples, camuflando-a na parede, aberrações não são muito espertas, ele provavelmente não notara ela, porém isso me deixa aberto para um golpe da aberração, vou ao chão com a pancada, não estava preparado para isso, rolo para o lado evitando ser esmagado por um segundo golpe, noto marcas de queimadura no peito da criatura, provavelmente ela possui um couro muito firme que a protegeu de danos internos mais graves, aqueles caídos devem ter tentado dete-lo usando raios de energia ou coisa do tipo, aproveito uma abertura para me levantar e me mover para o meio do seu corpo, seus movimentos lentos o deixam extremamente aberto para um contra-ataque, o tamanho dela é assustador, o topo de minha cabeça bate na altura de seu peito, e que fica claro que eu não sou baixo, levo minhas mãos ao centro do torax dele, as barreiras mágicas dele são fracas o que indica que quem o criou, ou é amador ou estava com pressa, as vezes ambos, após supera-las minhas mãos se afundam em sua pele como se ela fosse feita de areia, uma vez iniciada uma rotina de modelagem de carne eu devia me concentrar para não errar, me desloco para evitar golpes aleatórios, sobrecarrego seu sistema nervoso, enchendo ele de dor, desconcentrando-o da batalha, meus dedos alcançam os ossos de sua caixa toraxica separo-os como se fossem feitos de argila, agora ja me encontro afundado até os antebraços em seu corpo, ao chegar ao coração o afasto, eu poderia mata-lo agora mas antes necessito de informações, eu sinto muito por essa criança e por todo o sofrimento que estou fazendo ela passar, crianças não deviam ser pegas no meio da guerra, finalmente minha mão esquerda alcança a sua coluna, com um pulso mágico eu quebro sua quarta vertebra, fazendo ele desabar no chão tetraplégico. Tiro minhas mãos de dentro dele e deixo minha mente fazer o trabalho, deixo ela se esvair do meu corpo e se infiltrar na cabeça do caido, rapidamente desfaço pequenos nós mentais e revelo as memórias recentes dele em busca de alguma pista sobre o seu programador, não recolho nada util, apenas imagens de uma infância pobre na rua, certamente a vida do garoto antes de ser transformado nessa aberração, quebro o elo mental e levo minha mão até a testa do garoto, com um ultimo movimento eu esmago seu cérebro terminando com o seu sofrimento, olho para Sacha e a vejo chorando no chão, noto que ela também havia se ligado mentalmente ao garoto, ela é nova e ainda não esta acostumada aos horrores desse submundo, pego um cigarro na minha jaqueta e ofereço pra ela, é tudo que posso fazer para aliviar a mente dela, dessa cena brutal, nada ao qual eu ja não tenha me acostumado, o que é o maior problema, odeio ter me acostumado a essa guerra.

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